O Governo do Estado comemorou nesta terça-feira
(27) seis anos da implantação do programa Família Paranaense. Neste período,
331 mil famílias foram atendidas em alguma modalidade do programa, que reduziu
em 57,4% a extrema pobreza no Estado.
Na solenidade que comemorou
a criação do Família Paranaense, o governador Beto Richa e a secretária da
Família e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa, anunciaram que todas as
prefeituras do Estado terão um novo instrumento para cuidar melhor das famílias
em vulnerabilidade social. Trata-se de um mapeamento de informações que poderá
subsidiar a formulação de políticas públicas para aqueles que mais precisam.
Richa afirmou que o Paraná
foi o estado das regiões Sul e Sudeste que mais reduziu a pobreza e atribuiu os
resultados também à boa parceria com as administrações municipais. “Outro
diferencial deste programa é ter porta de entrada e de saída, pois visa à emancipação
das famílias”, afirmou o governador.
Ele acrescentou que o
público atendido tem a sua contrapartida social, com filhos na escola,
prontuário nas unidades de saúde e vacinações em dia. “Já o chefe de família
tem obrigação de participar do programa de qualificação profissional para que,
ao término de dois anos de atendimento, esteja pronto para ingressar no mercado
de trabalho”, completou o governador.
Richa também destacou as
ações e os investimentos do Governo do Estado nas áreas de educação, saneamento,
habitação, saúde e infraestrutura. “Se vocês viram obras no Paraná, podem
esperar por mais. Vamos investir R$ 8,4 bilhões neste ano, volume 8% maior que
o do ano passado. É o maior investimento da história do Estado”, disse ele.
INFORMAÇÕES – A liberação do
banco de dados e dos estudos decorrentes, pelo sistema Business Inteligence
(BI) – um banco de dados que cruza informações de múltiplas bases de dados
governamentais – foi possível com a assinatura do acordo entre a Secretaria da
Família e Desenvolvimento Social e a Celepar. “O estudo do levantamento de
todas as famílias permitirá melhorar o que está sendo ofertado. Em dois anos de
trabalho, as famílias acompanhadas saem preparadas e inseridas no mercado de
trabalho”, explicou Fernanda Richa.
PROGRAMA – O total de
investimentos do programa Família Paranaense, desde 2012, chegou à casa de R$
230 milhões, destinados à transferência de renda, projetos intersetoriais e
ações desenvolvidas pelos municípios. Atualmente, há 48 mil famílias com
acompanhamento individualizado. Somente em programas de transferência de renda,
foram R$ 141,5 milhões para 309,1 mil famílias dos 399 municípios.
Das famílias participantes
do programa, 34,7% saíram de moradias improvisadas para casas melhor
estruturadas; houve aumento de 26,8% no número de famílias com banheiro no
domicílio e crescimento de 22% no número de crianças e adolescentes na escola,
das famílias acompanhadas pelo programa. Também houve redução de 34,7% dos
casos de trabalho infantil na família.
Pelo Renda Agricultor
Familiar, uma das modalidades do programa, as famílias beneficiadas recebem até
R$ 3 mil em parcela única, para melhorar a produtividade e a qualidade da água
e do saneamento de pequenas propriedades. Foram repassados R$ 2 milhões para
1.470 famílias de 104 municípios.
EIXOS – O Família Paranaense
desenvolve trabalho intersetorial, com participação de 19 secretarias de Estado
e empresas públicas. Os principais eixos de atuação são assistência social,
educação, saúde, habitação, agricultura e trabalho. “A vulnerabilidade social
das famílias é diminuída com acesso às redes de serviços. Com a integração
entre órgãos públicos potencializamos a autonomia nas famílias”, afirmou
Fernanda Richa.
O programa atua de acordo
com alguns critérios e etapas. O Índice de Vulnerabilidade das Famílias
(IVF-PR), que inclui informações do Cadastro Único; o Sistema de Acompanhamento
das Famílias identifica famílias prioritárias; e o Plano de Ação Intersetorial,
individualizado para cada família.
A coordenadora do Família
Paranaense, Letícia Reis, afirmou que houve redução de 71,39% na
vulnerabilidade das famílias acompanhadas. “Temos vários projetos acontecendo e
investimento em várias áreas. Chegamos a famílias pobres do campo e inserimos
as mais vulneráveis na rede de serviço público”, disse Letícia.
HISTÓRIAS DE SUCESSO -
Rosane de Paula Fontoura, de Prudentópolis, conheceu o programa no Centro de
Referência de Assistência Social (Cras) do município. “A gente está no projeto
das casas, que está em andamento. Foi assim que eu conheci o programa. A minha
filha fez cursos de secretariado, recepcionista, atendente de telefone, tudo
por meio do programa Família Paranaense”, disse Rosane, que mora com o marido e
três filhos. Agora, a filha de 15 anos está estudando em Guarapuava, cursando
técnico em Agropecuária e o marido vai começar a trabalhar em uma olaria.
Rosi das Neves montou uma
loja de roupas em Palmeira com apoio do Família Paranaense. “É um trabalho que
tem valor. A pessoa sempre é assistida por alguém. Eu me sinto valorizada. Se
eu não tivesse sendo acompanhada pelo programa eu acho que eu já tinha
desistido”.
Para Ivonete Iakoski, de São
João do Triunfo, o programa Família Paranaense mudou bastante a sua vida.
“Consegui terminar meu banheiro. Consegui comprar galinhas. Isso faz muita
diferença na minha vida. As assistentes sociais me acompanham”, comemorou.
METODOLOGIA – De acordo com
a diretora-geral da Política de Assistência Social na Lapa, Ana Karina
Azambuja, o município optou por participar do programa pelo sucesso em outros
municípios. “A gente vê que a metodologia complementa todo o trabalho do
Sistema Único de Assistência Social (Suas). O programa compila os serviços e
benefícios assistenciais. Conseguiu organizar, formatar e criar seu
instrumento. Facilita bastante o trabalho das equipes”, afirmou Ana Karina.